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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O Monstro de Nian


Hoje vim contar para vocês uma das muitas histórias sobre o Ano Novo Chinês, a lenda do Monstro de Nian.

Há muito tempo atrás, contam, que existia na China, um monstro chamado Nian.

Esse enorme monstro carnívoro, que vivia nas montanhas, descia para as vilas, nessa época do final do inverno, em busca de comida. Animais, rebanhos e até mesmo as pessoas eram devoradas pela implacável fera.

Todos viviam muito assustados, até que um dia descobriram que Nian tinha medo de luz e som. Pensando nisso, os chineses criaram os fogos de artifícios para manter o bicho afastado de suas casas. Por isso, todos os anos, na passagem do inverno para a primavera, que coincide com o Ano Novo Chinês, as pessoas tem o hábito de soltar fogos de artifícios para assustar Nian.

Em homenagem ao monstro, ao ciclo lunar de um ano foi dado o nome de Nian. Em mandarim, a palavra "Nian" siginifica "ano".

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Ano Novo do Cavalo


A viagem para Bali ainda não acabou e ainda teremos alguns deliciosos posts sobre aquela terra maravilhosa. No entanto, por razões superiores vou dar uma pausa em Bali para falar um pouquinho dessa terra cheia de curiosidades onde eu moro.

Para quem não sabe, o ano ainda não começou aqui na China. No próximo dia 31 de janeiro, os chineses comemorarão o primeiro dia do Ano do Cavalo. A contagem do calendário deles é um pouco diferente da nossa, o ano sempre começa um pouco mais tarde e, esse ano em particular, terão 13 meses pois o mês de setembro se repetirá! Algo que só acontece de 4 em 4 anos.

O Ano do Cavalo, para eles promete muita sorte e muito dinheiro chegando, ainda mais com esse um mês a mais para trabalhar e ganhar dinheiro, algo que o chinês sabe fazer muito bem.

A celebração do ano novo também é conhecida como Festival da Primavera pois o evento coincide com a chegada da estação.

O Festival da Primavera é sem dúvida o evento mais importante do ano para os chineses. Costumo compará-lo ao nosso Natal. Todos vão para casa, se reúnem com suas famílias, ceiam e distribuem presentes. As ruas, lojas e casas se enfeitam com as tradicionais lanternas vermelhas. O trânsito melhora. Já os aeroportos e estações de trem viram um caos! Já foi comprovado, o ano novo chinês é o maior movimento simultâneo de pessoas do planeta! Todo mundo que estar perto de suas famílias. Nada é mais importante que chegada do Ano Novo.

O feriado oficial da celebração é de 7 dias e essa é a única semana do ano que você poderá encontrar alguma coisa fechada por aqui. Muitos chineses aproveitam esse período para tirar uma espécie de férias e muitos trabalhadores autônomos (ou não) costumam se afastar de seus empregos por até longos 20 dias!

Para imergí-los um pouco nessa atmosfera que estou vivendo por estes dias, nos próximos posts vou contar algumas histórias de ano novo. A primeira delas eu conto na sexta que vem, no primeiro dia do ano novo chinês, a história do Monstro de Nian!

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Os Terraços de Arroz as Plantações de Café

Depois de tantos posts só contando histórias e mais histórias, chegou a vez de mostrar em fotos um passeio delicioso que fiz a Ubud no centro da Ilha de Bali.

Depois de quase cinco anos morando na Ásia fui, enfim, conhecer um terraço de arroz. Gente, para mim esse é um ícone da Ásia, vocês nem imaginam como fiquei feliz com esse passeio!

Em Ubud, além dos terraços de arroz, fizemos uma visita a uma plantação de café dentro de um centro de desenvolvimento agrário da região. Além de café descobri muita coisa legal por lá!

Terraços de Arroz 




Plantação de cacau. Mostraram para nós como se não fizessemos a menor idéia do que seria. Nem imaginam!

Árvore da canela. Cheirosíssima!

Fruto do café

Gengibre. Olhem a raiz lá embaixo! 

Bem, essa flor eu não lembro o nome, mas é algo divino. Os indonésios usam para cozinhar junto com a comida. Bem tem cheiro de limão misturado com rosas. Imagino que isso na comida deve ficar de outro mundo! Pena que não dá para trazer nada fresco na bagagem...

São duas flores diferentes mas os perfumes eram parecidos. Ambas vão em pratos indonésios. Peguei uma pétala de cada. Elas tem uma textura parecida com o alho só que mais macios.

A árvore da baunilha, minha preferida! Não estava na época, mas o guia do passeio me deu duas favas que eu trouxe na bagagem!

Bem, para que me acompanha no Instagram já deve suspeitar do que seja isso. Esses são os grãos de café provenientes do simpático Luwak, uma pequena raposa do mato. Para quem não conhece a história, o Luwak tem a habilidade de escolher para comer os melhores e mais finos grãos de café. Após digeridos e expelidos, profissionais limpam, secam, limpam, secam (espero que eles façam isso muitas vezes mesmo!), torram e industrializam o café, que é a bebida mais cara e rara do mundo!!!!! Pelo mundo a fora, uma xícara da bebida custa 50 dólares, em média, mas aqui, na terra de Luwak, 10 dólares mataram a curiosidade de tomar esse excêntrico cafezinho!


Esse é o processo artesanal de secagem e torragem do café.



Essas são algumas das especiarias da região. Em ordem: cravo, canela, baunilha, gengibre, tumeric e o último não lembro. Nas cestinhas pequenas tem pimentas e o grão grande que é de noz moscada.

A árvore do cravo

Ao final do passeio fomos para uma charmosa casa de café com vista para as plantações de arroz.

Os diversos tipos de cafés e chás e o famoso Luwak coffee.




As abelhas e o mel produzido no local






terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A religião em Bali

Os balineses são muito religiosos e a manifestação dessa religiosidade se espalha e toma conta de toda a Ilha. É impossível não presenciar, mesmo que acidentalmente, como me aconteceu diversas vezes, os rituais diários no meio da rua ou eventos maiores que bloqueiam o trânsito.

Para algumas dessas ocasiões religiosas existem roupas típicas muito coloridas além de maquiagens super carregadas. Mas claro que isso são para os eventos mais importantes. Nas orações diárias eles normalmente vestem branco e fazem uma espécie de peregrinação que acontece pelas ruas, em qualquer horário, sem darem muita importância se vão ou não desorganizar ainda mais o trânsito. Aliás, de que importa o trânsito se você está em oração? E parece que todo mundo por lá respeita isso, sem stress, sem buzinas!

Outro sinal explícito da devoção do povo balinês são os Canang Saris, umas cestinhas feitas de palha, cheia s de frutas, flores, incensos e até dinheiro, que eles colocam literalmente em todo lugar! Toda casa, todo estabelecimento comercial tem o seu Canang Sari, que muitas vezes está no chão, nas calçadas, em cima dos muros, por todos os lugares!

Quando vemos todas aquelas coloridas cestinhas espalhadas pelas ruas, pensamos que elas são oferendas aos deuses indus. Sim, alguns são, as colocados nos muros, nos templos ou em lugares elevados são para os bons espíritos em agradecimento à prosperidade e à saúde. No entanto, os Canang Saris colocados no chão, nas calçadas são para os MAUS espíritos! Os balineses crêem que agradando os maus espíritos, com comida, flores e incenso, eles irão acalmá-los e não serão importunados.

Muito interessante ver como a população da Ilha é devota e leva à sério tudo isso, sem contratempos. Lembro de, à noite, voltando para o hotel, ter visto um homem, debaixo de uma chuva forte, renovando as oferendas das cestinhas e protegendo um incenso da chuva, enquanto fazia uma oração. A cestinha estava no chão! Dedicada aos maus espíritos! Então, não tem desculpa!

Por fim, mais uma curiosidade dos balineses. Levando em consideração o mesmo princípio dos Canang Saris, eles acreditam que quanto mais alto os lugares mais puros e mais bons espíritos virão. O mar, para eles, é de onde vem os maus espíritos, por isso os surfistas são vistos com respeito e admiração por serem corajosos de enfrentarem o mar! A localização de muitos templos, nas praias, tem por objetivo protejer Bali da entrada do maus espíritos vindos do mar.

Canang Sari

Uma procissão que surgiu do nada enquanto eu visitava o Tanah Lot Temple


Os corajosos surfistas que enfrentam o mar cheio de maus espíritos!



Roupas típicas para os eventos religiosos

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Calendário Balinês


Apesar da Indonésia ser em sua maioria mulçumana, a Ilha de Bali possui uma população praticamente toda hindu. Não sabia praticamente nada sobre a religião até colocar os pés em Bali e conhecer o Sr. Nyoman, nosso guia e motorista. Praticante do hinduísmo, o Sr. Nyoman nos deu curiosas e valiosas informações sobre a religião.

Em nossas muitas conversas, presos no trânsito de Bali, ele nos falou sobre os mais diferentes assuntos da cultura local. No contou dos templos, os tipos de templos, como se comportar dentro deles, como são feitas as orações, etc. Tudo isso eu já mencionei no post anterior sobre os Templos de Bali (http://www.minhacasanomundo.blogspot.com.br/2014/01/templos-de-bali.html).

Outro assunto que gerou muita conversa dentro do carro foi o calendário balinês e suas peculiaridades. E é exatamente sobre isso o post de hoje. Sem fotos, só informação, para quem adora descobrir coisas novas como eu.

O calendário balinês, também chamado de Wuku, é indispensável na vida dos religiosos devido à sua importância para se calcular as datas dos festivais e os dias para se realizar os rituais. Ele é baseado em ciclos de 210 dias lunares. Dividido em linhas que indicam os dias e colunas que apresentam os dias da semana. Cada semana tem um nome diferente e cada dia da semana também, portanto, cada dia do ciclo possui um nome próprio no calendário balinês.

Devido a essa forma diferente de contar o tempo, o ano e a idade das pessoas ficam diferentes. Segundo o Sr. Nyoman, nesse ano de 2014 os balineses estarão cerca de 38 anos atrás do nosso calendário, comemorando portanto o ano de 1976! A idade do nosso guia, que tinha 41 anos, pelo calendário da Ilha, também muda, em Bali ele já completou 72 anos de idade! Tudo muito curioso e divertido!

Por fim, ainda sobre o calendário, o nosso guia nos falou sobre a comemoração da passagem do ano que acontece entre os meses de março e abril, variando a cada ano (assim como no calendário chinês) de acordo com o período lunar.

No primeiro dia de cada ano, em Bali, não tem eletricidade. Essa é uma forma de colocar a população em um estado de isolamento para a reflexão e oração. Nesse dia ninguém trabalha e ninguém sai de casa para nada. Nada de festas, comemorações, nem bebedeiras. Esse é um momento de auto-reflexão e busca pela paz. Ficou então uma dúvida e eu perguntei para o Sr. Nyoman: " Então, o que os balineses fazem em casa por um dia inteiro? " E a resposta foi: " Só rezam e praticam muita, muita yôga o dia inteiro. Nada de comida nem de festas!". Confesso a vocês que já inclui na minha lista de desejos de viagens uma visita à Bali nessa época durante o ano novo balinês!

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Templos de Bali

Passei 8 dias na Ilha e eles não foram o suficiente para conhecer tudo que eu gostaria. Porém, após uma rápida introdução, percebi que o foco, não seriam as praias, que apesar de muito bonitas não são o ponto forte da ilha, na minha opinião. Bali tem muito mais que isso. Os inúmeros templos encravados em paisagens de tirar o fôlego, esse foi o meu foco! E confesso a vocês que uma semana não foi o suficiente para liquidar nem a metade dos principais e mais belos templos.

A religiosidade é muito presente na Indonésia como um todo. No meio da maior nação mulçumana do mundo, 92% da população de Bali é hindu. E o que mais me fascinou e surpreendeu foi conhecer a beleza desses templos indus.

Existem basicamente 4 tipos de templos na religião, os familiares, os regionais, os públicos e os institucionais. Os familiares são particulares. Cada família possui seu próprio templo que dependendo do poder aquisitivo da família, pode significar desde de um pequeno espaço dentro de casa ou um templo enorme  ocupando alguns bons hectares.

Os templos regionais são abertos a membros contribuintes e os públicos são frequentados por quaisquer membros da religião. E, finalmente, os institucionais para membros de uma instituição específica. Uma escola, por exemplo, tem um templo próprio para os seus alunos.

Os templos mais famosos e abertos aos turistas são essencialmente os regionais e os públicos.

Fiz uma seleção dos três mais bonitos dentre os que visitei.

Puseh Temple

Esse é um pequeno, mas belíssimo templo, que fica no caminho para Ubud (um dos lugares mais legais de Bali), no centro da Ilha. Da praia onde estávamos, Kuta, para o centro de Bali, leva cerca de duas horas de carro. Bali é bem maior do que eu imaginava!

Puseh é pequenino mas simplesmente mágico! Logo ao entrar no local é impossível não ser contagiado pela paz e tranquilidade do lugar. Todas as construções são parcialmente cobertas com um musgo de cor verde bem clara que combinado com o cinza das estátuas formam uma combinação perfeita!

Para entrar no Templo, como em praticamente todos os demais, é preciso vestir um sarong, uma espécie de canga usada por homens, mulheres e crianças. É normal o próprio templo prover o sarong para o visitante. Excelente iniciativa para uma turista que tem mania de insistir em shorts!











Nosso guia, que apesar de está usando calça, teve que vestir o sarong.







Tanah Lot Temple

Esse templo foi construído em uma rocha na beira da praia. Quando a maré está cheia, ele parece uma ilha e não dá para chegar lá a pé. Existe uma lenda que cobras venenosas, que habitam a rocha, protegem o templo contra os maus espíritos.

Ouvi falar que o por-do-sol que acontece por detrás do templo é um dos pontos altos da visita. Porém, nesse mesmo dia o meu por-do-sol já estava reservado para outro templo, o Uluwatu!

















 Uluwatu Temple

O Pura Luhur ou Templo de Uluwatu é, sem dúvida, um dos mais belos de Bali! Localizado a beira de um penhasco à beira do mar, qualquer foto tirada de lá vira um cartão postal, sem erro! Ele foi construído em local tão estratégico com um propósito bem específico: proteger Bali contra os maus espíritos que vinham do mar.

Todos os dias, ao por-do-sol acontece um espetáculo de dança em um anfi-teatro que fica bem na pontinha do penhasco! Seria assustador se a vista lá de cima não fosse suficientemente encantadora para lhe fazer esquecer de todo o resto!

A dança se chama Kecak, uma manifestação religiosa que representa o Ramayna, passagem Hindu onde o deus-macaco ajuda o príncipe Rama a resgatar a princesa das garras de Ravana, o rei do mal.

Apesar da dança ser bem interessante, eu confesso que eu fiquei meio assustada com a performance do Ravana, ele realmente realmente muito feio (pareço criança, tenho medo até de bruxa!). Preferi continuar me encantando com o espetáculo da natureza: o sol se pondo dentro mar!








 O anfi-teatro lá trás na pontinha do penhasco







Esse era o rei do mal. Assustador!


O deus-macaco


A princesa

E, na minha opinião, o maior espetáculo: o por-do-sol!